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terça-feira, 31 de outubro de 2017

Progressivamente emocional

Dar tudo de si mesmo no primeiro terço de um treino por se considerar "sobrando" aerobicamente e depois "morrer" no fim do mesmo, é tudo que um corredor não deveria fazer. 

Acredito nos treinos de tiros como treinos de exaustão. E acredito muito nos progressivos até mesmo por ter sentido na prática, nos últimos anos, os benefícios deles na minha evolução esportiva.

O texto a seguir aborda além dos benefícios fisiológicos, aspectos emocionais do treino progressivo.

Espero que você, caso ainda não seja adepto dele, privilegie-o em sua rotina, em detrimento dos treinos regressivos!

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Treinar em progressão nos dá enormes vantagens fisiológicas e psicológicas. Muitos treinadores aplicam esse método em seus treinamentos, embora muitos prefiram o ritmo constante.
O método progressivo se baseia no treinamento natural, onde o protagonista é o próprio corredor, que é tratado como pessoa e não como uma máquina. É a forma mais segura, fácil, agradecida e menos dolorosa e arriscada de melhorar a potência aeróbica e anaeróbica. Na parte fisiológica, permite assimilar melhor os treinamentos, supõe uma menor carga articular e muscular; o fígado trabalha menos e melhor (portanto com uma recuperação mais rápida e efetiva); do ponto de vista cardiovascular se trabalha de forma muito progressiva e se produz menos resíduos tóxicos nos músculos.
Já no aspecto psicológico, torna mais fácil e ameno o treinamento; sofre-se menos e pelo fato de terminar mais forte, o atleta termina reforçado psicologicamente. Como a mente tem memória seletiva, ela fica com a parte final do treino. O subconsciente interioriza os últimos ritmos, o que torna o atleta mais seguro e confiante para enfrentar a competição e afrontar seus objetivos.
O melhor de tudo é que treinando dessa forma, as séries ou intervalados, são mais divertidos e nunca se fazem extremamente duros. Treinar a ritmos constantes é muito difícil quando se requer melhorar a potência aeróbica (ritmos controlados e intervalados longos), pois supõe certos riscos, um maior desgaste psicológico e um maior sofrimento. Só os corredores mais experientes e que melhor se conhecem são capazes de fazê-lo bem. São treinamentos mais próprios de corredores de elite. E mesmo assim, em muitas ocasiões se enganam e isso os obriga a sofrer muito. Este tipo de treinamento é mais útil para trabalhar a capacidade aeróbica (rodagens normais e longos), com treinamentos lentos ou treinamentos longos, de mais de uma ou duas horas.
Como exemplo de treinamento intervalado progressivo, poderíamos falar de seis séries de mil metros onde os tempos seriam de 3min35seg/ 3min32seg/ 3min29seg/ 3min26seg/ 3min22 e 3min19seg, com intervalo de dois minutos andando. Como exemplo de treinamento intervalado com ritmo constante, poderíamos falar das mesmas seis séries de mil metros, onde todos os tempos seriam de 3min28seg, com o mesmo intervalo.
Podemos observar que em ambos treinamentos, a média dos tempos é praticamente a mesma, porém, no primeiro exemplo, o atleta começa num ritmo mais confortável, dando condições ao organismo de se adaptar e termina num ritmo mais forte, com as vantagens fisiológicas e psicológicas mencionadas acima.

 Fonte: https://www.webrun.com.br/treinar-em-ritmos-progressivos-ou-ritmos-constantes/

sábado, 14 de outubro de 2017

Acelerando

O papo pode parecer maluco, mas, o melhor jeito para você conseguir correr mais rápido é bem simples: basta correr mais rápido. Não há como um atleta ficar mais veloz sem puxar a si mesmo além do seu limite. Ou seja, treinar em um ritmo mais forte do que está acostumado a correr, nem que seja por alguns minutos.

É preciso tirar o corpo da zona de conforto para que haja adaptações neuromusculares e cardiovasculares expressivas. Isso se dá quando atingimos determinada faixa de frequência cardíaca, a partir do primeiro limiar (L1), e é potencializado ao chegarmos próximo ou ultrapassamos o segundo limiar (L2)”.

Grosso modo, seu corpo fica abaixo do L1 quando o coração trabalha a até 60% da frequência cardíaca máxima (FC máx, para descobrir a sua, faça a conta: 220 menos sua idade). Isso ocorre na maioria das atividades do dia a dia (caminhar, ler uma revista, cozinhar) e não melhora em praticamente nada o condicionamento.

Quando você começa a correr moderadamente, os batimentos cardíacos aceleram e ultrapassam o L1 (entre 61% e 75% da FC máx). Aí, já há ganho de condicionamento, que se acentua ao apertar o ritmo e fazer um exercício forte, que atinja o L2 (acima de 76% da FC máx). Mas, se para ganhar velocidade basta correr em L2, porque não treinamos assim o tempo todo?
 
O caminho para ficar mais rápido
 
Os limiares têm relação direta com o lactato, substância produzida durante a geração de energia. Em L1, há um equilíbrio no organismo, que consegue remover todo o lactato gerado. Já em L2, o corpo “fabrica” mais lactato do que consegue eliminar. Aí, a substância se acumula nos músculos e causa uma hiperacidez, que provoca dor e fadiga.


Obviamente, esse desconforto provocado pelo lactato impede que você treine em L2 o tempo todo. Por isso, a melhor maneira para melhorar seu condicionamento é alternar trechos de corrida em alta intensidade (em L2) com momentos em ritmo leve ou até parado. Assim, o atleta acostuma o corpo a trabalhar perto do limite, o que proporcionará maior tolerância ao ácido lático, ganho de força muscular, elevação da capacidade respiratória (VO2 máx), aumento dos limiares aeróbico (L1) e anaeróbico (L2), e do nível de glicogênio e de algumas enzimas. Todas essas adaptações farão você correr mais rápido, gastando menos energia.


A seguir, alguns tipos de treinos que podem ajudar a ganhar ritmo na corrida.

Intervalado Intensivo: Depois de fazer um bom aquecimento, realize 10 séries de 400 m em alta intensidade, com 45 segundos de descanso entre elas.

Intervalado Extensivo: Depois de aquecer, faça 3 séries de 3 km em ritmo forte, com intervalo de 3 minutos entre elas.

Treino Progressivo: Corra 3 km em ritmo leve, 1 km em ritmo moderado, 1 km em ritmo forte e 1 km em ritmo muito forte.

Pirâmide: Faça 4 km progressivo, baixando o pace em 10 seg a cada quilômetro. Depois, realize 4 km regressivo, aumentando o pace em 5 seg a cada quilômetro.

http://suacorrida.com.br/canal/treino/