Quem sou eu

quinta-feira, 23 de fevereiro de 2017

Bateu, voltou, bateu, voltou

 
Estratégias para passar longe das lesões estão sempre no radar dos corredores. E especialistas em biomecânica estão cada vez mais convictos de que um aumento gradual da cadência – número de passos por minuto – aliado a uma diminuição da amplitude da passada, pode fazer a diferença.
Você pode se perguntar: “Se eu aumentar a quantidade de passos por minuto, não estarei aumentando o número de vezes que meu pé toca o solo e, consequentemente, elevando o risco de lesões por impacto?”. Acontece que o impacto na corrida não tem relação com o número de vezes que nosso pé toca o solo e, sim, com o que chamamos de carga vertical: quanto maior o tempo da fase aérea da pisada (momento em ambos os pés estão fora do chão), maior a força gerada no solo e, como explica Newton em sua terceira lei, maior a força devolvida ao solo.
Com mais passos por minuto e passos mais curtos, reduzimos a fase aérea e o impacto sobre pés, tornozelos, joelhos e quadris. E, consequentemente, a incidência de lesões como tendinopatias do glúteo médio e mínimo, atrito da banda iliotibial e síndrome dolorosa patelofemoral.  
E qual seria a cadência ideal? Maratonistas de elite chegam a apresentar números impressionantes que variam de 195 a 221 passos por minuto (ppm). Já nós, amadores, se atingirmos números próximos a 170-180 ppm, podemos nos considerar bastante eficientes.
Aparelhos de GPS mais modernos já trazem um relatório de cadência após uma sessão de treinamento. Mas uma boa forma de mensurar a sua é contar os passos dados em 30 segundos em instantes diferentes e depois fazer uma média. Simples assim: conte quantas vezes a perna direita toca o solo nos 30 segundos e multiplique por quatro (sim, por quatro porque contamos apenas uma perna). Essa é a cadência.
Evidências sugerem que aumentar sua cadência em 5 a 10% não deve representar riscos de grandes impactos fisiológicos e mecânicos. Aplicativos de celular ou aparelhos denominados metrônomos são capazes de sonorizar as batidas correspondentes à cadência-alvo. Por exemplo, três beats por segundo representam a cadência de 180 ppm.
Avaliar, compreender e melhorar sua mecânica de corrida é possível, mesmo no caso daqueles que correm há muito tempo e traz um enorme benefício em termos de prevenção de lesões. E assim você se torna um atleta mais econômico e eficiente.
Fonte: Revista Runners, 2017 - Por Dr. Gustavo Magliocca

5 comentários:

Bernardo disse...

Ei Rivania, tudo bem?
Que tipo de treinamento especifico voce faz para aumentar a cadencia e reduzir o tamanho da passada?
Tem alguns exercicios para isso?
Obrigado!
Bernardo

Marcelo disse...

Oi Rivis!
Sempre pensei que o oposto fosse verdadeiro e que bater os pés mais vezes no solo seria mais arriscado.
Voce sabe como aumentar a frequencia das batidas no solo?
Parabens pelo blog, adquiro bastante conhecimento aqui.
Bj.
Marcelo

Otavio disse...

Rivania, eu sempre tentei aumentar a passada porque achava que correr assim é o jeito certo. Fico aliviado por saber que não é bem assim.
Se puder falar mais desse assunto nos seus posts sera muito bom.
Obrigado!
Otavio S

Thiago disse...

Oi, pessoal!
No meu caso, notei que o aumento de número de passadas diminuiu bastante o meu tempo de recuperação entre treinos e concordo com o texto.
Para aumentar a cadência, recomendo muitos treinos de agilidade (aqueles da escada, mesmo se você os fizer sem usar a tal escada) e, em menor quantidade, pliométricos.

Rivania disse...

Obrigada por todos os comentários, pessoal!
Após os comentários de vcs eu publiquei um texto chamado "Trabalhando na cadência".
Espero que os ajude e que sigam evoluindo.
Obrigada!
Rivis