Qual foi a última vez que você fez algo pela primeira vez?
Andei (e corri) refletindo e percebi que tive várias “primeiras
vezes” na corrida esse ano. Não apenas coisas que andei fazendo pela primeira
vez. Mas coisas que deixei de fazer pela primeira vez. Sentimentos que
experimentei pela primeira vez.
Depois de 9 anos correndo, experimentei muitas coisas novas.
Confesso que pela primeira vez este ano...
Eu escrevi neste blog. Eu compartilhei muitos textos
técnicos que li e que serviram para melhorar minha corrida. Eu escrevi sobre as
provas de rua que fiz, sobre as marcas e tempos que derrubei ao longo do ano. Na infância, fui
uma criança que leu muito. Uma adolescente que leu e escreveu muito. E uma
adulta que havia perdido o hábito de escrever rotineiramente. Este espaço me
deu esta chance de novo. Com o exemplo de um pai poeta em casa, eu não podia me privar de escrever, seja o tema que fosse.
Eu experimentei ter amigas intensamente contaminadas pela
paixão de correr. Gente que começou a correr meio descrente. Mas que foi
cravando 5, 10 e 21 km em provas por aí. E que saía das provas querendo mais.
Mais do mesmo. O mesmo de sempre da corrida: vida, saúde, energia.
Eu conheci Corredores que me inspiraram. Amadores com tempos
profissionais. Amadores com uma paixão profissional pela corrida. Gente que plantou a semente da performance em mim.
Eu fiz uma prova, de ponta a ponta, ao lado de amigos queridos.
Eu nunca havia corrido uma prova ao lado de alguém. Muito menos ao lado de outros 4 Corredores. Minhas provas sempre foram solitárias. De certa forma, como a
corrida é. Mas em Interlagos não foi assim.
Eu experimentei correr sem música. Tive meu Ipod furtado. Até
adquirir um novo aparelho, corri sem música por falta de opção. De meses para cá,
por opção. Descobri que a música não me atrapalha, nem me faz correr mais
forte. Mas descobri que antes de gostar da música, gosto da corrida. Vou
experimentar a música de novo. Só não sou mais dependente dela.
Eu deixei de correr por exatos 30 dias. A última vez que
experimentei isso até então, foi há 5 anos, durante minha gravidez. Lá foram 12 meses de
recesso, mas o motivo era nobre. Aqui, o motivo foi outro.
O motivo foi outro... pela primeira vez, experimentei uma
lesão. Ela doeu bem mais dentro de mim que fora. A frustração foi infinitamente
maior que a dor física.
Pela primeira vez minha filha pediu para correr comigo!
Aconteceu em um belo domingo em que eu planejava correr 12km. Corri 100 metros.
Ao lado dela. Ela “ganhou” de mim. Ela me ganhou.
Em 2011 eu ganhei muito. Ganhei amigos, saúde, admiração. Ganhei
inspiração, autoconfiança e responsabilidade. Ganhei um ano especial.
Para você que me lê agora, meu ‘muito obrigada’ pela
companhia. Sem você, não existe post, blog ou qualquer confissão.
Eu te desejo bem mais que 1, 5, 10 ou 42km em 2012. Eu te
desejo muita saúde, equilíbrio e gente do bem à sua volta.
Eu te desejo um Feliz Ano Todo! Até 2012.