E aí publicam que comer só proteína
e zerar o carboidrato vai ajudar a secar o corpo e potencializar o treino. Mas
logo depois aparecem com uma informação que o melhor balanço é 60% carbo e 25%
proteína.
Depois a grande dica é não comer
antes de 1 hora após um treino pesado. Mas aí vem uma pesquisa robusta que diz
que tem que comer sim, imediatamente após o treino, pois, do contrário, fica-se
mais propenso à lesão muscular e retenção de gordura pelo corpo.
Mas aí vem a pioneiríssima
recomendação: gordura em hipótese alguma! Mas espere aí... agora disseram que o
corpo precisa de gordura sim! Máximo de 10% do consumo total de gorduras na
forma das saturadas (frituras e carne vermelha) e o restante na forma de
gorduras insaturadas (azeite de oliva, nozes, castanhas), pois consumo abaixo
de 15% de gorduras na dieta gera carência nutricional.
Difícil saber para que lado
(nutricional) correr!
Ouço cada teoria por aí... os que
apostam apenas na proteína. Outros que tentam apenas líquidos por dias
consecutivos. Gente que zera a gordura na alimentação. E outros que passam dias
comendo apenas gordura. Tem uns que só se alimentam até 19h, treinam 2 horas na
academia, bebem água pra barriga saturar e... cama! Olha o tamanho da agressão
ao corpo e ao cérebro.
E foi nessa linha que o texto e
livro abaixo me chamaram a atenção. Eu sempre acreditei no equilíbrio. Isso
quer dizer que nunca errei e nunca me submeti a dietas restritivas? Não, já
errei sim. Mas erro cada vez menos de anos para cá. Acredito fielmente na
reeducação alimentar. Não apenas para ficar magra e forte, mas para ser
saudável.
O texto é espetacular para
escancarar porque não podemos maltratar nosso corpo (e cérebro!) com dietas
restritivas! A tortura precede a vingança... vejam que mensagem forte vem para
os que ainda acreditam que perder peso é sinônimo de comer nada, de comer pouco
ou de comer apenas isso e aquilo.
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Quer emagrecer? Pare de fazer dietas!
Em livro, nutricionista
franco-brasileira vai contra regimes alimentares restritivos e traz intensa
pesquisa e conselhos para ter uma vida saudável sem prejudicar corpo e mente!
A obra “O peso das dietas” traz uma nova
maneira de ver a nutrição. Publicado pela Editora Sensus, o livro é baseado em
estudos científicos pesquisados pela nutricionista Sophie Deram que comprovam:
“as dietas são, em longo prazo, a mais importante fonte de ganho de peso das
pessoas”.
Sophie vem para ensinar e alertar sobre o
perigo das dietas. Segundo a autora, que é doutora em Endocrinologia pela USP
(Universidade de São Paulo), não fazê-las é o caminho para viver com qualidade
e com o peso saudável. Ou seja, não, não é preciso cortar o glúten ou se
alimentar apenas de proteínas.
Com uma abordagem inédita, Sophie foi a
fundo em todas as pesquisas feitas sobre o tema nos últimos anos e chegou a uma
conclusão: os famosos regimes podem até funcionar no começo, mas cerca de 90%
ou 95% das pessoas voltam ao peso inicial, ou até o ultrapassam. O leitor vai
aprender que isso acontece porque o cérebro não entende esta mudança repentina
na alimentação como algo benéfico, pelo contrário. “O seu cérebro não percebe a
perda de peso como um sucesso de beleza; percebe-a como um grande perigo, por
isso, desenvolve mecanismos de adaptação para proteger você”, explica.
Partindo do estudo da nutrigenômica – a
ciência que trata de como os alimentos conversam com nossos genes –, Sophie
apresenta um método científico e revolucionário, em que a contagem de calorias
e as restrições alimentares radicais ficam proibidas, ou seja, para emagrecer,
nada de dieta. “Fazer uma dieta restritiva é uma das coisas que mais assusta e
estressa o seu corpo e o seu cérebro.”
A obra é muito bem estruturada por Sophie,
em cinco capítulos: (1) Vivemos hoje um terrorismo nutricional; (2) Não sabemos
mais o que comer; (3) O poder do cérebro; (4) Os segredos de Sophie; (5) Os
Segredos de Sophie na Prática. De maneira clara e objetiva, ela conta seus
“Sete Segredos” para emagrecer de forma sustentável e resgatando o prazer de
comer alimentos verdadeiros. Ao final do livro há uma seção de dicas sobre como
organizar o seu dia a dia na cozinha, com mais de 50 receitas saborosas e
fáceis de preparar, muitas delas enviadas pelos seus amigos do mundo todo.
É surpreendente se deparar com uma receita
de bisteca de porco com shoyu e arroz num livro de uma nutricionista?! Para
muitos, esta refeição, pode ser considerada um prato extremamente restrito, mas
não para Sophie! “Quero mostrar o quanto é importante escutar seu corpo e não
obrigá-lo a seguir numa direção que ele não quer!”, afirma. “Estamos cada vez
mais em guerra com o nosso corpo. Em vez de cuidar dele da melhor maneira
possível, tentamos obrigá-lo a seguir numa direção que ele muitas vezes não
quer ir, porque sabe que não é a direção mais saudável.”
O objetivo principal ao escrever o livro é
fazer com que a sociedade reflita sobre os riscos à saúde que podem ser
provocados por regimes alimentares restritivos, além de fazer com que as
crianças de hoje em dia já cresçam com um pensamento saudável. “Espero também
alertar os pais de crianças que hoje crescem encarando com dificuldade uma
alimentação normal e variada, que se sentem culpadas ao cometer alguns excessos
em dias de festas, ou de ir a um fast food de vez em quando, ou de comer uma
fatia de pizza ou de bolo”, finaliza a profissional, que defende o consumo de
alimentos verdadeiros e o resgate da culinária familiar.
Sobre a autora:
Sophie Deram é nutricionista francesa e
brasileira naturalizada, com doutorado em Endocrinologia pela Faculdade de
Medicina da Universidade de São Paulo (USP). Formou-se originalmente engenheira
agrônoma na França e então estudou nutrição, primeiro na França e depois no
Brasil. Sophie é ativista contra as dietas restritivas e inspira incontáveis
indivíduos, no consultório e nas mídias sociais, a viver uma vida mais feliz e
a transformar sua relação com os alimentos, mudando seu mundo familiar, e
fazendo as pazes com seu corpo e os alimentos. Ela acredita no prazer de comer
e no poder dos alimentos verdadeiros para resgatar a saúde e chegar ao peso
saudável.
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Seguem trechos de uma entrevista de
Sophie à Folha de São Paulo. Gosto especialmente de trechos em que ela diz: "Dietas
assustam o cérebro. Ele reconhece a dieta como um perigo e desenvolve
mecanismos de proteção. Quanto mais dieta, mais apetite. O aumento do apetite
permanece por pelo menos um ano após a dieta. Você vai engordar porque o corpo
quer proteger você de uma próxima escassez".
Folha – Por que a Sra. defende gordura e é
contra as dietas?
Sophie – Sempre achei sem noção essa
guerra contra a gordura. Ela sempre fez parte da minha vida. Claro que sem
exagero, mas, na França, comia manteiga de manhã, queijo, foie gras.
Quando me mudei
para o Brasil, fui trabalhar com genética e obesidade infantil. Fiz doutorado e
percebi que as crianças obesas, mesmo com a maior vontade do mundo, não
conseguiam emagrecer quando tinham um problema de comportamento alimentar. O
que me assustou foi ver que 95% dos pacientes com transtorno alimentar tinham
começado fazendo dietas. A dieta estraga o cérebro.
Como nutricionista, a Sra. nunca
prescreveu dietas?
Nunca consegui
fazer isso. Como poderia falar para alguém: “Amanhã, ao meio-dia, coma duas
colheres de arroz”. Quem sou eu para saber a fome que ela terá amanhã no almoço?
Fiz pesquisas
de genética de transtorno alimentar. O que controla o nosso peso é o nosso
cérebro. Ele controla nossas emoções, a fome, a saciedade. Às vezes, a gente
come sem controlar, sem planejar.
O que acontece como cérebro quando fazemos
dieta?
Nós assustamos
o cérebro. Ele reconhece a dieta como um perigo e desenvolve mecanismos de
proteção. Cerca de 95% das pessoas que fazem dieta voltam a engordar, às vezes
até mais.
Estudos com
gêmeos idênticos mostram que o gêmeo que faz dieta é mais gordo do que o gêmeo
que não fez. A ciência já demonstrou que fazer dieta engorda. E o que
normalmente mandam o obeso fazer? Fechar a boca e malhar. São duas ações que
aumentam o apetite.
As dietas têm
risco em potencial de fazer a pessoa desenvolver transtornos alimentares. É
claro que não acontecerá com todos. Aí entra a genética. Estudos mostraram que,
se você tem determinado gene, há mais risco de desenvolver bulimia se fizer uma
dieta. Esse gene está em 30% da população.
Mas dietas são passadas por médicos e
nutricionistas.
Sim. Mas eles
não conseguem mudar a cabeça. Isso é o que foi ensinado pra gente. Eu aprendi
que o peso é resultado daquilo que você come menos aquilo que você gasta. Não
concordo com essa simplificação do peso. Claro que é importante não comer
demais, não liberar tudo.
Quem fez muita
dieta vai comer muito. É uma adaptação do cérebro. Quanto mais você faz dieta,
mais apetite você vai ter. E esse aumento do apetite permanece por pelo menos
um ano depois da dieta. Você vai engordar porque o corpo quer proteger você de
uma próxima escassez.
Essas dietas que cortam carboidratos e
contam calorias, são inúteis a longo prazo?
Inúteis eu nunca vou falar porque sou
cientista. O que eu estou dizendo é que fazer esse tipo de dieta te coloca em
risco de engordar, de desenvolver transtorno alimentar. Isso é uma bomba,
especialmente para os nossos jovens em crescimento. Mães que têm medo que as
crianças engordem, tentam restringir a comida. Isso as leva a comer escondido,
mesmo sem fome ou a comer sem limite.
Como os pais devem agir?
O trabalho dos pais é oferecer comida de
qualidade. Em casa tenha uma rotina, cozinhe. Não precisa proibir doces, por
exemplo, mas que o consumo seja ocasional. Não entupa seu filho de refrigerante
no almoço, a melhor bebida que existe é água.
É a primeira
coisa que eu negocio com as crianças: diminuir sucos e refrigerantes e beber
mais água. É impressionante, mas tem crianças bebendo mais de um litro de suco
por dia.
Fontes:
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