Sabe aquele significado de Brother, da gíria, da linguagem coloquial? Funciona assim: “Amigo, parceiro, aquele que está junto em todos os momentos, amigo para toda hora”.
Isso é Brother. Isso é João Machado.
Fomos
parceiros de Floripa pelo 2º ano consecutivo. Para o Joao, tem tempo ruim não. É
pra correr pouco? ‘Vamos!’ Correr muito? ‘Vamos também!’
Mas é para encarar umas ladeiras, João... daquelas íngremes... ‘Tô dentro!’.
Dos 17 trechos de Floripa, tem um especialmente
temido: o trecho 15. Tem
nome e sobrenome: Morro Maldito.
Nesses meus 4
anos de Floripa, já vi gente reagir mal ao saber que havia ganhado o Morro
Maldito na prova. Só não tinha visto um cara pedir pelo Morro! E João pediu. E
ganhou. E encarou o morro de frente, de cabeça erguida.
Eu estava na transição do trecho 15 para o 16, ou
seja, na chegada do João. Posicionei-me de forma que o vi correr os últimos 40-50
metros até a transição. Quando ele passou a pulseira de revezamento e o Corredor
seguinte se foi, a primeira pergunta foi: “Como foi, João?!”. E uma única
palavra saía da boca dele nos 10 minutos seguintes em que caminhamos de volta
até a Van: “Desumano, desumano, desumano”.
Só que
Floripa é Floripa... e guerreiro é guerreiro. Ao chegar na Van, entre
garrafas de água, suplemento e saco de gelo para a panturrilha, João
complementou a frase que talvez estivesse presa na garganta seca desde que ele
passou a pulseira: “Desumano, mas eu faria de novo”.
Esse é o meu Brother João!
Foi monstruoso na contribuição à logística da prova. Abriu
mão de passar o dia na Van e passou o dia em um carro, pois precisávamos da
liderança dele no outro polo logístico.
João, eu quem te agradeço por antes, durante e depois
de Floripa! Você é justo, resiliente, verdadeiro (doa a quem doer), sem meias
palavras, sem frescuras. Você foi a humanidade no desumano Morro! Você é a
humanidade, humildade e verdade que às vezes faltam, mas que não podem faltar
em Floripa!
Floripa e seus Desafios
Volta à Ilha é uma prova sensacional,
para aqueles corredores que sentem o desafio correr nas veias...
Corro desde 1997, especialmente em
corridas de rua, mas aos poucos sinto que as montanhas e provas de aventura me
chamam e tenho tentado fazer essa transição aos poucos. Esse foi meu segundo
ano na prova. No primeiro ano classifico minha participação como satisfatória,
já que ano passado fiz 2 trechos, completamente diferentes do que estava
habituado a competir.
Para minha segunda participação, após
o convite do Eduardo Barbosa, Treinador da 4Any1, senti que precisava fazer
melhor, e para isso fiz questão de escolher o trecho do Morro do Sertão, o
temido “MORRO MALDITO”.
Totalmente focado, iniciei os treinos
em Janeiro/16, aonde meu treinador preparou uma planilha especial devido ao
grau de dificuldade do Morro e iniciamos os treinos gradativamente. Não pense
em fazer essa prova caso você não esteja realmente focado e treinado, pois
existem muitos “Fatores Surpresa” durante os trechos, que podem realmente fazer
você “quebrar” e prejudicar a equipe.
Outro fator muito importante é a
“LOGÍSTICA”. Isso mesmo, temos 2 carros para percorrer os trechos, resgatar e
deixar os atletas. Existem certos trechos que somente o carro 1 pode entrar e
isso complica um pouco a operação, ainda mais que com o decorrer do dia, o
trânsito na Ilha vai aumentando e existe a possibilidade de algum atleta chegar
atrasado em seu trecho, perdendo assim minutos preciosos, como ocorreu no ano
passado. Nesse ano nosso Engenheiro de Logística, Marcos (sim, nossa equipe tem
um responsável pela Logística, rss) preparou esquema diferente e acabei ganhando um papel
muito legal na ajuda no carro 2. Nem preciso dizer que a operação foi um sucesso
e tudo correu melhor que o previsto.
Falando um pouco sobre meu trecho:
larguei às 15:15 com um sensação térmica de aproximadamente 40 graus. São
aproximadamente 3,5km iniciando na praia, juntando com asfalto e, posteriormente,
inicia-se a subida em estrada de terra e pedriscos. Aproximadamente 5km de
subida e 1km de descida muito íngreme, juntando com mais quase 8km de estrada a
calçamento, com muito sobe e desce. Pra mim as maiores dificuldades são a descida
e o pós, mas concluí o trecho no nosso tempo previsto. Infelizmente presenciei
alguns corredores passando mal no final da subida e também no final da descida,
realmente o Morro é Maldito, rsss.
Mas aí vem a pergunta, porque fazer
essa prova tão difícil? Para mim, alguns fatores são primordiais, e serão
valores e lições que levaremos para o fim de nossas vidas:
-
Desafio – Por ser tão
desafiadora, você descobre que existem forças dentro de você que te ajudam a passar
quaisquer outros obstáculos em sua vida, tanto pessoal como profissional;
-
Companheirismo – Se
você é daquelas pessoas individualistas ou tem o Ego maior que qualquer coisa,
nem pense em fazer essa prova. A Amizade e o espírito de equipe devem reinar,
pois nessa prova uns dependem dos outros, podem apostar.
-
Natureza – Pra quem
gosta de um lugar paradisíaco, Floripa é sensacional. Esse ano cheguei 2 dias
antes e fui embora no dia seguinte à noite. Aproveitamos cada minuto, pra quem
puder encaixar umas férias pós prova... Fica a Dica.
Gostaria muito de agradecer a Rivania,
pela honra de escrever no Blog. Uma pessoa ímpar em todos os sentidos, alem de
ser uma excelente corredora. Agradecer a
meu Treinador Eduardo Barbosa pelo profissionalismo. Agradecer ao Marcos pelo
excelente trabalho na Logística, e claro, agradecer a todos os meus
companheiros de Equipe, Ana, Analice, Diedson, Francisco, Renato Japa e
Rodrigo. Todos foram sensacionais e sem a ajuda de todos não teríamos
conseguido a 8º colocação na Categoria Aberta Mista.
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