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domingo, 15 de maio de 2016

Florianópolis por João Machado

Última perspectiva de Florianópolis 2016. Como escrevi há alguns dias, convidei três amigos, de pura identidade, para expressarem suas respectivas visões da prova. Floripa é múltipla e através de nossos 4 relatos, quis trazer aos meus leitores uma visão mais plural dessa experiência. Espero que tenham gostado disso, pois nós nos divertimos correndo e redigindo!

Sabe aquele significado de Brother, da gíria, da linguagem coloquial? Funciona assim: “Amigo, parceiro, aquele que está junto em todos os momentos, amigo para toda hora”.

Isso é Brother. Isso é João Machado.
Fomos parceiros de Floripa pelo 2º ano consecutivo. Para o Joao, tem tempo ruim não. É pra correr pouco? ‘Vamos!’ Correr muito? ‘Vamos também!’ Mas é para encarar umas ladeiras, João... daquelas íngremes... ‘Tô dentro!’.

Dos 17 trechos de Floripa, tem um especialmente temido: o trecho 15. Tem nome e sobrenome: Morro Maldito.
Nesses meus 4 anos de Floripa, já vi gente reagir mal ao saber que havia ganhado o Morro Maldito na prova. Só não tinha visto um cara pedir pelo Morro! E João pediu. E ganhou. E encarou o morro de frente, de cabeça erguida.

Eu estava na transição do trecho 15 para o 16, ou seja, na chegada do João. Posicionei-me de forma que o vi correr os últimos 40-50 metros até a transição. Quando ele passou a pulseira de revezamento e o Corredor seguinte se foi, a primeira pergunta foi: “Como foi, João?!”. E uma única palavra saía da boca dele nos 10 minutos seguintes em que caminhamos de volta até a Van: “Desumano, desumano, desumano”.
Só que Floripa é Floripa... e guerreiro é guerreiro. Ao chegar na Van, entre garrafas de água, suplemento e saco de gelo para a panturrilha, João complementou a frase que talvez estivesse presa na garganta seca desde que ele passou a pulseira: “Desumano, mas eu faria de novo”.

Esse é o meu Brother João!
Foi monstruoso na contribuição à logística da prova. Abriu mão de passar o dia na Van e passou o dia em um carro, pois precisávamos da liderança dele no outro polo logístico.

João, eu quem te agradeço por antes, durante e depois de Floripa! Você é justo, resiliente, verdadeiro (doa a quem doer), sem meias palavras, sem frescuras. Você foi a humanidade no desumano Morro! Você é a humanidade, humildade e verdade que às vezes faltam, mas que não podem faltar em Floripa!
 

Floripa e seus Desafios 
Volta à Ilha é uma prova sensacional, para aqueles corredores que sentem o desafio correr nas veias...
Corro desde 1997, especialmente em corridas de rua, mas aos poucos sinto que as montanhas e provas de aventura me chamam e tenho tentado fazer essa transição aos poucos. Esse foi meu segundo ano na prova. No primeiro ano classifico minha participação como satisfatória, já que ano passado fiz 2 trechos, completamente diferentes do que estava habituado a competir.

Para minha segunda participação, após o convite do Eduardo Barbosa, Treinador da 4Any1, senti que precisava fazer melhor, e para isso fiz questão de escolher o trecho do Morro do Sertão, o temido “MORRO MALDITO”.
Totalmente focado, iniciei os treinos em Janeiro/16, aonde meu treinador preparou uma planilha especial devido ao grau de dificuldade do Morro e iniciamos os treinos gradativamente. Não pense em fazer essa prova caso você não esteja realmente focado e treinado, pois existem muitos “Fatores Surpresa” durante os trechos, que podem realmente fazer você “quebrar” e prejudicar a equipe.

Outro fator muito importante é a “LOGÍSTICA”. Isso mesmo, temos 2 carros para percorrer os trechos, resgatar e deixar os atletas. Existem certos trechos que somente o carro 1 pode entrar e isso complica um pouco a operação, ainda mais que com o decorrer do dia, o trânsito na Ilha vai aumentando e existe a possibilidade de algum atleta chegar atrasado em seu trecho, perdendo assim minutos preciosos, como ocorreu no ano passado. Nesse ano nosso Engenheiro de Logística, Marcos (sim, nossa equipe tem um responsável pela Logística, rss) preparou  esquema diferente e acabei ganhando um papel muito legal na ajuda no carro 2. Nem preciso dizer que a operação foi um sucesso e tudo correu melhor que o previsto.
Falando um pouco sobre meu trecho: larguei às 15:15 com um sensação térmica de aproximadamente 40 graus. São aproximadamente 3,5km iniciando na praia, juntando com asfalto e, posteriormente, inicia-se a subida em estrada de terra e pedriscos. Aproximadamente 5km de subida e 1km de descida muito íngreme, juntando com mais quase 8km de estrada a calçamento, com muito sobe e desce. Pra mim as maiores dificuldades são a descida e o pós, mas concluí o trecho no nosso tempo previsto. Infelizmente presenciei alguns corredores passando mal no final da subida e também no final da descida, realmente o Morro é Maldito, rsss.

Mas aí vem a pergunta, porque fazer essa prova tão difícil? Para mim, alguns fatores são primordiais, e serão valores e lições que levaremos para o fim de nossas vidas:
- Desafio – Por ser tão desafiadora, você descobre que existem forças dentro de você que te ajudam a passar quaisquer outros obstáculos em sua vida, tanto pessoal como profissional;

- Companheirismo – Se você é daquelas pessoas individualistas ou tem o Ego maior que qualquer coisa, nem pense em fazer essa prova. A Amizade e o espírito de equipe devem reinar, pois nessa prova uns dependem dos outros, podem apostar.
- Natureza – Pra quem gosta de um lugar paradisíaco, Floripa é sensacional. Esse ano cheguei 2 dias antes e fui embora no dia seguinte à noite. Aproveitamos cada minuto, pra quem puder encaixar umas férias pós prova... Fica a Dica.

Gostaria muito de agradecer a Rivania, pela honra de escrever no Blog. Uma pessoa ímpar em todos os sentidos, alem de ser uma excelente corredora.  Agradecer a meu Treinador Eduardo Barbosa pelo profissionalismo. Agradecer ao Marcos pelo excelente trabalho na Logística, e claro, agradecer a todos os meus companheiros de Equipe, Ana, Analice, Diedson, Francisco, Renato Japa e Rodrigo. Todos foram sensacionais e sem a ajuda de todos não teríamos conseguido a 8º colocação na Categoria Aberta Mista.
 




 

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