Os benefícios que a música pode trazer para a atividade física foram comprovados por um especialista em psicologia do esporte. O treinador e pesquisador inglês Costas Karageorghis estuda há 20 anos como e porque a música certa pode influenciar o desempenho esportivo.
Karageorghis demonstrou que a música certa pode fazer você correr mais e melhor — o tempo passa mais rápido, você ganha ritmo, diminui sua percepção de cansaço e melhora o humor. Com base nesse estudo e em outras pesquisas que realizou, Karageorghis concluiu que a trilha sonora perfeita para a prática de exercícios reúne alguns elementos fundamentais. Descubra quais são eles, prepare uma seleção especial, coloque o fone e o tênis e corra como nunca em seu próximo treino!
A fórmula da canção perfeita
A "música certa" foi chamada por Karageorghis de “motivacional”. É preciso ter em mente que o gosto musical varia de pessoa para pessoa e o que funciona para os outros pode não funcionar para você.
Karageorghis conseguiu estabelecer uma relação que julga precisa entre os batimentos do coração e os da música. Para chegar à “fórmula da música perfeita” para cada corrida, os estudiosos relacionaram a frequência cardíaca máxima de algumas pessoas a 4 fatores principais que determinam como uma música nos influencia na corrida. Dois deles são chamados de fatores internos, porque se relacionam à estrutura da música em si.
1. Batidas por minuto
O primeiro desses fatores é o ritmo e o aspecto principal do ritmo é a velocidade de uma música, determinada pelo seu número de batidas por minuto (BPM). Músicas mais rápidas têm mais BPM do que as mais lentas, embora não seja diretamente relacionada com estilos musicais. Há programas disponíveis para download na internet que calculam as BPM da música e podem ser baixados gratuitamente em seus sites oficiais.
Segundo Karageorghis, cada zona cardíaca de esforço (ex.: 65% da FCM) tem uma quantidade de batidas por minuto (bpm) ideal para ela. Quanto maior o esforço, mais rápida deveria ser a música.
Que batidas mais rápidas tendem a ser mais animadas, todo mundo sabe. Mas os pesquisadores descobriram exatamente quantas batidas por minuto fazem você acelerar: são necessários mais de 120 BPM para promover uma resposta física no corpo do ouvinte, aumentando seus níveis de energia.
Mas não adianta pensar que quanto mais rápida for a música, mais rápida será a corrida. Há limites. Músicas de até 150 BPM beneficiam os corredores - acima disso, a performance se estabiliza. Duas hipóteses explicam esse limite. A primeira é que esse tipo de música é menos comum e não estamos tão acostumados a ela. Outra hipótese é que músicas muito rápidas podem ser complexas demais para serem processadas pelo cérebro quando o atleta está correndo perto da sua frequência cardíaca máxima.
2. Melodia e harmonia
O segundo fator interno é chamado de musicalidade e se refere a todos os outros componentes da música que não têm a ver com o estilo musical. Um desses componentes é a melodia, que pode ser definida como a sucessão de sons que compõe uma música e, por isso, é seu aspecto mais memorável. Outro componente é a harmonia, ou seja, a combinação de sons simultâneos, os acordes, as notas que são tocadas ao mesmo tempo e são popularmente conhecidas como o “acompanhamento”.
Karageorghis afirma que músicas motivacionais têm melodias fortes e uma estrutura harmônica estimulante.
3. Contexto
Os outros dois fatores são chamados de externos pois se referem à maneira como o ouvinte interpreta a música. O mais importante deles é o impacto cultural que a música exerce. Tem a ver com a sociedade em que a gente vive, com nosso repertório. Tendemos a responder melhor a músicas com as quais estamos acostumados porque seus efeitos positivos foram condicionados.
4. Significado
O segundo fator externo, chamado de associação extra musical, explica as conexões que fazemos com determinadas músicas. Elas podem não fazer parte do nosso dia a dia, mas tem um significado comum para a maioria das pessoas. As canções do filme Rocky, por exemplo, inspiram muitos corredores e não é por acaso. "Gonna fly now" de Bill Conti e "Eye of the tiger" do Survivor, costumam ser associadas à vitória, a luta contra adversidades. Isso porque lembramos do Sylvester Stallone reinventando os limites da resistência física e do sofrimento.
Portanto, quando pensar na seleção do seu próximo treino, lembre-se: a música precisa ter um ritmo forte, que tenha entre 120 e 150 batidas por minuto e ser estimulante. Ela também deve evocar os sentimentos que você precisa naquele treino, como animação, disciplina ou resistência.
Aumente o volume que a música é toda sua!
2 comentários:
Nada como comecar a tocar Metallica naquele ultimo km da corrida! Eh sempre o km mais rapido da prova!
Bernardo
Be,
meu Metallica está mais prá U2, Rihanna, Black Eyed Peas ou Bruno Mars!
Ri
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