Quem sou eu

quinta-feira, 27 de outubro de 2011

Os sub-3h


Ahhh, essa casta de Corredores sub-3h...
Este texto serve apenas de informação para nós, Corredores, que sonhamos fazer um dia um 10km a 4'15"/km. Fazer este pace numa maratona é algo bem distante da maioria e o texto deixa isso claro. Verdade seja dita: poucos nesse mundo farão isso um dia!
O texto traz também à tona a "discussão" do quanto a genética e o lastro esportivo contribuem na alta performance.
Sub-3h não dá! Quem sabe um sub-4h...


"Para entender o que significa correr uma ma­ratona sub-3h, a um ritmo de 4’15”/km, basta observar algumas estatísticas. No Brasil, pou­quíssimos maratonistas amadores conseguiram a proeza em provas nacionais.
Em 2010, na mais rápida maratona brasileira que, em tese, é a Maratona de Porto Alegre, foram 73 homens e 4 mulheres. Já na quente, mas bem organizada, Maratona do Rio de Janeiro foram 67 corredores e 11 corredoras que atingiram a façanha, e esse número diminuiria razoavelmente se fossem ex­cluídos os atletas profissionais.

Mas então o que é necessário?
“Primeiro, genética”, dispara o técnico Mário Sérgio Andrade Silva, da Run&Fun, o que para muitos pode ser um tiro fatal no sonho das 3h, uma vez que DNA não é um atributo treinável. Para ser um bom atleta, é preciso herança gené­tica, constituição muscular e corporal e lastro esportivo, além de boa educação alimentar. O histórico esportivo deve ter sido desenvolvido com atividades dinâ­micas e de capacidade respiratória até os 19 anos. Além de muito treino.

Roteiro para ser sub-3h
1. O corredor precisa ter na muscula­tura fibras de contração predomi­nantemente lentas, com menor con­tração e maior resistência.
2. As fibras lentas estão presentes principalmente nos indivíduos lon­gelíneos (altos e magros).
3. Realizar testes de resistência defini­rá a relação de massa magra/gorda. A capacidade pulmonar e cardiovas­cular também é muito importante para um corredor de alto rendimento.
4. O principal fator para determinar o tempo de uma maratona é ser capaz de manter a velocidade e os bati­mentos cardíacos no limite de 80% da frequência cardíaca máxima.
5. É preciso também apresentar exce­lente qualidade e preparo muscular, para aguentar a resistência e endu­rance de uma maratona."


Fonte: Site da Revista “The Finisher”

quarta-feira, 26 de outubro de 2011

Início e Reinício





Para correr de forma segura, é preciso garantir aos músculos condições de receber o impacto das passadas para que elas não comprometam as articulações. Da mesma forma, o sistema cardiorrespiratório também necessita estar preparado para trabalhar intensamente durante longos períodos. Exatamente por isso os iniciantes na corrida devem ter paciência no começo. Mas não só iniciantes precisam respeitar os limites do corpo. Quem está voltando a treinar depois de muito tempo parado, também.

Mesmo que o Corredor tenha tido resultados expressivos quando corria, no tempo em que ficou sem praticar exercícios o corpo perdeu condicionamento e, para recuperar a antiga forma, será necessário voltar ao início. 

Quem está recomeçando tem a memória física e mental do que é correr. A diferença entre os dois perfis é que a iniciante vai precisar de mais tempo para se adaptar. 




Paciência e disciplina
Querer sair correndo a toda velocidade é um dos maiores erros, tanto de iniciantes quanto de veteranos em processo de readaptação. Para Marcos Paulo Reis, diretor-técnico da MPR Assessoria Esportiva, “quem está voltando se incomoda em não conseguir correr no mesmo ritmo que fazia antes. A frequência cardíaca está mais alta, o cansaço chega mais rápido e isso é normal”.

Em relação aos iniciantes, Reis lembra que é importante ter paciência, pois o processo de adaptação à corrida é gradativo. Mas adverte que é preciso prestar atenção nos sinais do corpo. “Todo exercício traz um pouco de desconforto, mas, para o iniciante, o principal é não pensar que sentir dor é normal. O certo é começar com estímulos leves e encontrar a maneira confortável de praticar", completa.

Além de paciência para respeitar os limites do corpo, os Corredores devem ter disciplina. Tanto quem está começando quanto quem deseja voltar precisam ter em mente que a prática só se tornará fácil depois de muito treino. As adaptações do treinamento só ocorrem quando os estímulos são suficientes e executados regularmente. Por isso, é tão importante não faltar ou pular os treinos.

É preciso que o Corredor se conscientize sobre o que ele pode ou não fazer, independentemente de estar voltando ou começando. Essa conscientização só é atingida com repetições. Para que a adaptação à corrida seja mais rápida e segura, é preciso, além dos treinos, que o Corredor esteja com a musculatura fortalecida e faça os movimentos corretos da corrida, extraindo o máximo de si. Por isso, fortalecimento muscular e exercícios educativos são essenciais.

Fonte: site Revista WRun

segunda-feira, 24 de outubro de 2011

Impulsão para a Corrida

Alongar membros superiores ajuda a ter uma respiração eficiente e 
aperfeiçoa o movimento dos braços

Assim como o fortalecimento de tronco, pescoço, ombros e braços é importante, alongar essa região também é fundamental no treino do Corredor. Alguns músculos podem ficar tensos e o alongamento vem para ajudar no relaxamento e no ganho de flexibilidade.

Alongamento é uma manobra pela qual se afasta a origem da inserção de um músculo ou grupamento muscular com o intuito de alongar as fibras e aumentar a amplitude articular.

Em geral, recomenda-se caprichar no alongamento após a corrida, mas caso o atleta se sinta bem alongando antes de correr, o ideal é realizar os exercícios de modo leve, sem estirar demais as estruturas.

Os membros superiores ajudam no equilíbrio do corpo e na mecânica do movimento completo da corrida. Por isso, o balançar correto dos braços bem coordenado às pernas resulta em melhora do desempenho. Os treinos educativos orientam a maneira certa de flexionar as pernas, mover os braços e como agregar as duas qualidades ao mesmo tempo.

O movimento dos braços promove uma alavanca para a corrida, impulsionando o atleta para a frente. Alongar a porção superior do corpo proporciona que os músculos não fiquem estressados e contraídos em demasia, o que resulta em uma melhor respiração durante a corrida. O trabalho dessa região é importante para uma boa postura esportiva e também diminui consideravelmente a possibilidade de dores lombares.



Fonte: Revista "The Finisher", setembro/outubro 2011 e site: http://www.cdof.com.br/along1.htm

terça-feira, 18 de outubro de 2011

Lesões da Corrida


Segundo constatações de ortopedistas e fisioterapeutas, é muito comum atletas apresentarem algum tipo de lesão por praticarem corrida sem estar em condições ideais para a atividade ou por combinarem alto volume e intensidade de treinos com alguma peculiaridade de suas constituições físicas. 
Fatores como obesidade, excesso de treinamento, vestimenta errada, pistas irregulares, ruas esburacadas e método de treinamento inadequado influenciam no aparecimento das lesões.


Abaixo você vai conhecer as mais comuns e as suas causas:
Fascite plantar: inflamação da fáscia plantar (tecido fibroso que liga o calcanhar aos dedos). Causas: pisar forte com o calcanhar, correr em superfícies duras e tênis inadequado.
Canelite: inflamação dos tendões e músculos ao redor da tíbia ou do tecido que a recobre. Causas: correr em solo irregular, aumentar a distância do percurso desordenadamente, pisar com o pé voltado para dentro (pronação) durante a corrida.

Metatarsalgia: inflamação dos tendões que ligam o músculo a estrutura óssea, na área superior do pé. Causas: tênis inadequado, pronação excessiva, treinamento excessivo.
Condromalacia ou Condropatia: corrosão da rótula e sua cartilagem inferior. Causas: pronação excessiva do joelho causando acomodação imprópria da rotula, músculo quadríceps fraco ou com lesão.
Fraturas por estresse: microfraturas nas extremidades inferiores do perônio e tíbia (ossos da perna) metatarsos e fêmur. Causas: treinamento excessivo, percursos longos, rigidez nos tendões.
Tendinite de Aquiles: inflamação no tendão que liga o músculo da panturrilha ao pé atrás do calcanhar. Causas: treinamento intensivo, percursos longos, tênis impróprio, pernas arqueadas e rigidez muscular.
Instabilidade ligamentar do joelho: lesões dos ligamentos adjacentes do joelho. Causas: pisar errado em terreno irregular, distensões e deformidades nos pés.
Joanete: protuberância óssea na parte externa do dedão do pé indicando inflamação local. Causas: herança genética, pronação excessiva, sapatos apertados.
Entorses de tornozelo: ruptura total ou parcial dos ligamentos ou ainda hiper extensão dos ligamentos externos. Causas: solo irregular, tênis inadequado e mal calçado, desequilíbro muscular.
Usar tênis adequado, roupas leves, ter uma alimentação balanceada, passar por uma avaliação física e ortopédica, correr em locais sem obstáculos e onde o terreno seja liso, treinar de acordo com sua capacidade, fortalecer a musculatura, fazer alongamentos antes e depois de treinar ajudam você a evitar lesões.
Fonte: Site Vila Equilíbrio - post fevereiro 2008

sábado, 15 de outubro de 2011

Tentações de Risco

Álcool, Gordura e Leite compõem o grupo de tentações de risco para os Corredores

Abastecer o carro com gasolina adulterada causa danos ao motor. Substitua o carro pelo corpo do atleta e a gasolina, pelos alimentos. Os mais saudáveis, como frutas, legumes e massas leves farão o papel do combustível confiável. A gasolina "batizada" será um grupo de 4 alimentos: bebidas alcoólicas, manteiga, carnes gordurosas e leite.

A queda de rendimento é resultado de uma perturbação externa no ciclo do glicogênio. O organismo tem como fontes de energia ATP, glicose, carboidrato, gordura e, em casos extremos, proteína. Os "inimigos" geram desequilíbrio e reduzem as reservas de glicose. Com isso, o corpo fica sem energia e o atleta "quebra".


Se Beber, Não Corra
A ingestão de álcool reduz as reservas de glicose, além do efeito diurético que leva à desidratação. Órgãos como o fígado e os rins ficam sobrecarregados com a limpeza do organismo atacado pelo álcool e, com maior demanda sanguínea, é preciso redirecionar a energia que deveria estar nos músculos.

80 a 90% do álcool são metabolizados no figado, que trabalha de forma mais lenta e absorve muita energia para eliminar elementos nocivos.


Afaste-se da Gordura
Encontrada em alimentos industrializados e em carnes gordurosas, prejudicam a absorção de eletrólitos e vitaminas e o efeito na queda de rendimento é a longo prazo. Não se deve consumir carne vermelha na semana anterior a uma prova, por exemplo. 

No caso de carnes vermelhas, a proteína está presente na formação das fibras musculares e o ferro é fundamental na contração muscular. As carnes brancas são, no entanto, as mais recomendadas pelas baixas quantidades de gordura saturada. 

Para quem não tem bons hábitos alimentares, a boa notícia é que o organismo se adapta rapidamente Às mudanças para uma nutrição saudável. Em uma semana de dieta mais leve, o atleta já se sentirá mais disposto.


Laticínios só depois do Treino
Leite e seus derivados são associados a uma alimentação saudável. Rico em cálcio, ele é um poderoso aliado no fortalecimento da estrutura óssea. No entanto, se consumido menos de 2 horas antes do treino pode demandar mais tempo até o esvaziamento gástrico, o que eleva o risco de refluxo durante a corrida.

A percepção de que os alimentos mais saborosos são os menos saudáveis é comum. Cientificamente, há uma explicação para isso. O prazer do paladar, é consequência de reações cerebrais, incluindo a produção de neurotransmissores como serotonina, dopamina e noradrenalina. Alimentos fontes de gorduras e açúcares são os que potencializam a produção de neurotransmissores. 

Estudos relacionam drogas e nutrição, já que as substâncias viciantes atuam com mais potência, mas de forma similar aos alimentos tidos como saborosos. O prazer pode ser assim a isca de uma armadilha.

Fonte: Revista The Finisher, maio e junho 2011

quarta-feira, 12 de outubro de 2011

Minha Convidada (quase) Maratonista


Em 2011 o tema “Maratona” definitivamente aterrissou na minha vida. Li e pesquisei muito sobre o assunto. Decidi correr minha primeira maratona em 2012. E conheci vários maratonistas.

Mas a minha lista de amigos maratonistas ainda não incluía uma mulher sequer e representava bem uma amostra do que acontece nas maratonas mundo afora. Mais homens, menos mulheres.

Essa lista de amigos não incluía uma mulher até eu descobrir, a alguns meses, que a Carol, uma colega de trabalho, se preparava para a Maratona de Amsterdã que acontecerá no próximo domingo, dia 16.

A Carol corre forte. Tem no currículo 5 anos de experiência na corrida e várias provas no currículo. Fala de seus treinos e de sua evolução com paixão e emoção à flor da pele. E em uma dessas conversas, eu lhe fiz um convite: relatar neste blog, como foi a preparação para sua primeira maratona. A técnica, os treinos, as dificuldades, as descobertas. Suas sensações e alguns aprendizados.

Ela aceitou! E me disse que o texto foi sendo montado como um quebra-cabeça nos treinos longos que fez nos últimos meses. Essa é uma das belezas da corrida: a chance de gastar o tempo dos treinos menos preocupados com o relógio. Mais preocupados em alinhavar informações e sentimentos nesse precioso e solitário momento.

Carol,
O espaço é todo seu! Obrigada por dividir algo tão pessoal comigo e com meus leitores. Apenas lembre-se que esse relato é 50% do nosso combinado. Os outros 50% você fica me devendo para depois do dia 16!
Muita sorte, muita força, muita energia para você no domingo! Vá com Deus que nós daqui aguardamos as boas notícias.



"Eu nunca tinha treinado exageradamente para nada. Nunca tinha seguido à risca uma dieta. Nunca tinha dado muita importância ao descanso. Nunca tinha aberto mão da companhia de amigos ou família por causa de esporte. Mas sempre fui muito disciplinada. Acho que foi isso o que fez a grande diferença na preparação para a minha primeira maratona.

Eu sempre gostei de esporte, mas sempre pratiquei como amadora, e nunca fui além das competições universitárias (na época, jogava tênis). Comecei a treinar corrida há 5 anos, depois de muita insistência dos colegas de trabalho, que participavam dos treinos de uma assessoria esportiva patrocinada pela empresa. Meu objetivo, quando comecei, era apenas descontrair e socializar depois do trabalho. Com o tempo, comecei a tomar gosto pela corrida, e as provinhas (de 5 e 10km) me motivavam a continuar treinando e melhorar. Mas ainda assim, a idéia de correr qualquer distância maior não passava pela minha cabeça, e correr uma maratona era algo inconcebível, coisa de gente maluca. Ainda achava que 42km era longe até para ir de carro.

A vontade de correr a minha primeira meia maratona surgiu de uma hora para outra, num estalo, sem pensar muito (eu treinava há 2 anos e meio). Corri a meia do Rio em 2008, e gostei tanto que depois corri mais 3 vezes a mesma prova. 

A decisão de correr a maratona foi mais pensada, mais difícil de amadurecer. Mas depois que decidi, fui bastante determinada, abracei mesmo a idéia, e, depois que fiz a inscrição, não hesitei em nenhum momento e me dediquei da melhor forma que pude. Algumas pessoas me perguntaram por que eu tinha decidido correr uma prova tão desgastante, que já passa um pouco do limite do saudável. Acho que foi uma mistura de várias coisas: necessidade de superação, bastante curiosidade de ver como é essa prova tão desejada pelos corredores, e a vontade de cumprir mais uma etapa.

O que mais me assustava na idéia de correr a maratona eram os treinos. Achava que iria sofrer demais durantes os longos e tinha medo disso me desanimar e eu me arrepender. Minha surpresa, ao longo do treinamento, foi ter tido a sensação exatamente contrária. Os treinos são difíceis sim, e bastante cansativos, mas, a cada treino, me sentia mais animada para continuar e já esperava pelo próximo. Segui rigorosamente as instruções dos meus treinadores, respeitei os treinos, e fui extremamente assídua. Acho que, por isso, o treinamento evoluiu muito bem, e me senti muito disposta e motivada durante todo o período. Não achei que iria gostar tanto. Depois do último treino de 32K, fiquei triste por terem acabado, e já acho que vou sentir falta dos “longões”.

O meu marido (que é ex-atleta profissional) sempre me diz que o esporte é baseado em 3 pilares: o treinamento, a alimentação e o descanso, e que nenhum deles é menos importante que o outro. Eu não fazia ideia. Fiz a dieta com acompanhamento de uma nutricionista. Ao contrário do que muita gente pensa, não é por que se treina muito que se pode comer o que, e quanto quiser. Muito pelo contrário. A dieta é rigorosa, rica em carboidratos, principalmente antes e após os treinos, e bem pobre em gordura. No meu caso, foi necessária suplementação nos treinos longos também (essencial para ajudar na recuperação). Alguns “extras” são permitidos, mas com muita moderação. E os horários também devem ser respeitados, alimentando-se a cada 3 horas, do tipo de alimento e quantidade corretos. O resultado da dieta foi incrível. Só então percebi de fato a importância da alimentação correta no desempenho e recuperação dos treinos.

O descanso também é essencial, e o corpo pede. Nesse período, senti necessidade de ficar mais tempo em casa, para conseguir relaxar e me recuperar bem. Mas, ao contrário do que pensava, não tive que abrir mão de muita coisa. Continuei encontrando os amigos, fui a shows, churrascos, e até casamento no dia do treino de 32K. Ou seja, respeitando o tempo que o corpo pede para se recuperar, é possível conciliar o treinamento com uma vida social ativa.

Uma coisa que meu marido não colocou como um dos pilares importantes, mas que para mim foi fundamental, foi o apoio da minha família e meus amigos. Antes de me inscrever para a prova, conversei com meu marido, pois sabia que ele teria que ser muito compreensivo com minhas regras, e se adaptar a algumas coisas da minha rotina. Ele gostou da idéia, me incentivou, e me ajudou muito durante o todo o período. Minha família e meus amigos também ficaram muito felizes com a notícia e me apoiaram bastante. Mesmo quando ouvi a minha mãe me chamar de “doidinha”, depois de contar que tinha treinado 32K, sabia que no fundo ela estava muito orgulhosa e feliz. A companhia dos amigos da corrida nos treinos também ajuda demais. Ajuda a descontrair, fazer o treino passar mais rápido, e tornar todo o processo mais divertido. Para mim, o apoio e companhia dos amigos e família são tão importantes quanto o próprio treinamento, e com certeza não teria chegado até aqui sem isso.

Durante todo o período do treinamento me senti muito bem física e psicologicamente. Acho que ganhei muita consciência corporal, e passei a entender como o corpo responde aos treinos, aos estímulos mais fortes, mais duradouros, à alimentação, e ao descanso. É uma forma muito interessante de autoconhecimento, e acho que muito do que aprendi não vale só para treinos para maratona, mas para toda a vida.

A uma semana da prova estou ansiosa, cansada, mas bem preparada e muito animada! Não sei se vou conseguir terminar, se vou ficar cansada demais, se vou me divertir, mas, independentemente do resultado, só a experiência até agora já valeu a pena. Dizem que a parte mais difícil já foi. Se for verdade, não tenho do que ter medo, e, com certeza vai dar tudo certo.

Minha meta para o próximo domingo? Aquela sensação de êxtase pós prova, que só quem corre entende.

Carolina Sobral Singer
12/10/11 (a 5 dias dos 42K)"

segunda-feira, 10 de outubro de 2011

Periodização


“Esse termo origina-se da palavra período, que é uma porção ou divisão do tempo em pequenos seguimentos, mais fáceis de controlar, denominados fases”, in Bompa; 2002.


Para que o treinamento de corrida possa ser o mais efetivo possível, é preciso periodizá-lo, isto é, planejá-lo em períodos de forma que todas as atividades sejam realizadas na direção do objetivo pretendido pelo Corredor, evitando assim um treinamento aleatório que gaste energia sem especificidade.

A idéia de periodização consiste em subdividir um período específico de treinamento (macrociclo) em períodos menores ou fases (mesociclos), com cada mesociclo sendo separado novamente em microciclos semanais. 

O fracionamento do macrociclo em suas partes componentes tem por finalidade direcionar a intensidade do treinamento, o volume, a freqüência, as séries, as repetições e os períodos de repouso (para prevenir o 'overtraining') e alterar a variedade das sessões de treino. Espera-se com isso reduzir quaisquer efeitos negativos do treinamento e culminar em um desempenho máximo do indivíduo ao final do macrociclo (em geral, antes de uma importante prova).

 

Macrociclo

Representa o treinamento que será desenvolvido em um determinado período de tempo e obedece a um plano de expectativas e, geralmente, encerra-se no ponto máximo de performance do atleta.
Dividi-se em fase de preparação, que abrange duas etapas: uma básica (ou de base) e outra específica (ou de especialização). Na fase básica trabalha-se com maior volume e menor intensidade, visando desenvolver a resistência aeróbica, a resistência muscular localizada, a resistência da força estática, a flexibilidade, etc. Já na fase específica diminui-se o volume e aumenta a intensidade, uma vez que o objetivo do treinamento é dar ênfase na resistência anaeróbia, na força dinâmica, estática e explosiva. Além também, de proporcionar a manutenção dos ganhos, das qualidades físicas, obtidos na fase básica.
Período de transição é o final do macrociclo, e situa-se entre o período de competição e reinicio de um novo ciclo de treinamento (macrociclo). Sua função principal é promover uma recuperação total do individuo em função dos exigentes esforços a que foi submetido nas fases anteriores do treinamento.


Mesociclo

Um macrociclo é composto de vários mesociclos (no mínimo quatro). Um mesociclo é formado por vários microciclos. 
Esse ciclo de treinamento encontra-se correlacionado aos princípios da sobrecarga e da interdependência volume-intensidade, de forma a proporcionar a aplicação de cargas crescentes com respectiva recuperação, visando progressos na performance.


Microciclo

É o menor ciclo de treinamento. Normalmente possui a duração de sete dias.
Observa-se nessa etapa a alternância de intensidade das cargas de treinamento. Dependendo da etapa do treinamento e da qualidade física do Corredor, a intensidades vai variar. É essa variação das cargas de trabalho que vai proporcionar as adaptações fisiológicas necessárias. 
A manutenção de cargas sempre fortes poderá levar a um estado de supertreinamento (overtraining), já a manutenção de cargas de trabalho sempre fracas não proporcionará os benefícios que desejamos, caracterizando uma estagnação do treinamento.
Assim sendo, devemos variar os estímulos de forma que haja um estímulo, uma adaptação ao estímulo e a conseqüente recuperação para podermos dar um novo estimulo sem gerar fadiga por estímulos fortes consecutivos.

Fonte: Site Marcial Fitness


domingo, 9 de outubro de 2011

O Corpo Fala


A empolgação de completar a primeira prova, independentemente da distância, é um divisor de águas na vida de qualquer atleta. Superar os desafios, emagrecer e conquistar aquele tempo dos sonhos requer não só a vontade, mas muita dedicação. A prática do "no pain, no gain" (sem dor, sem ganho) passa a ser uma constante na vida de Corredores. No entanto, a dor pode ser a primeira tentativa de diálogo do corpo com ele mesmo.

É raríssimo um atleta que treine sem dor em algum momento. Mas, se o incômodo permanece depois do treino ou atrapalha o rendimento durante a corrida, pode ser o primeiro sinal de uma lesão. 

No caso das mulheres, pesa ainda a alteração hormonal, que faz com que elas se tornem mais vítimas das lesões, em especial de joelhos, tornozelos e pés. O uso do salto alto também ajuda a contribuir para lesões de antepé, como as tendinites. Usando salto, a mulher exige muito da parte da frente do pé, o que acaba forçando mais essa região. E, se a pessoa tem o joelho voltado para dentro, ela passa a comprometer também a coluna durante a corrida.

Mas como identificar uma lesão? A melhor forma continua sendo ir ao médico. Automedicação e soluções caseiras, como gelo e bolsa de água quente, podem mascarar e dificultar o tratamento. O indicado é que o atleta interrompa as atividades e procure um ortopedista que vai direcionar o tratamento ao fisioterapeuta. Se o atleta insiste em treinar com dor, a lesão pode se agravar e culminar em um estiramento muscular, uma tendinite ou fratura por estresse. A recomendação varia desde a diminuição dos treinos até o afastamento total da atividade, dependendo do nível da lesão.

Quanto mais cedo a lesão for diagnosticada, mais rápido e efetivo pode ser o tratamento, já que a duração varia entre 10 e 30 sessões (de 1 a 3 meses). O tratamento é à base de fisioterapia analgésica, seguida de exercícios de fortalecimento, alongamento e equilíbrio. A mulher costuma ter mais facilidade de machucar o joelho e sofrer alguma luxação.

O trabalho de prevenção, com o fortalecimento dos músculos, é a melhor maneira para fugir de lesões. E o teste da pisada é um bom aliado, desde que seja realizado por um especialista.

Alguns tipos de pés misturam os 2 tipos de pisada, o que dificulta a correção somente com o tênis. O teste avalia a forma com que o pé entra em contato com o solo. Com base nisso é possível indicar um tênis adequado e uma palmilha que possam corrigir alterações.

Uma vez corrigida a instabilidade, a pressão exigida na corrida passa a ser distribuída por todo o corpo, evitando sobrecarga. A escolha da palmilha correta pode corrigir pequenas diferenças entre os membros e evitar a compensação, já que, um dos pés tenta corrigir sozinho alguma disfunção (se um dos dois pisa mais para dentro ou para fora), ele acaba sobrecarregando o outro. No caso de atletas que já possuem alguma lesão, a palmilha pode ajudar a diminuir o risco de uma piora do quadro.

Fonte: Revista WRun - maio 2011

domingo, 2 de outubro de 2011

A lagoa onde tudo começou

Era mais uma largada. A 9ª de 2011. Mas era uma largada sem sol. Night Race, minha primeira prova noturna. Curiosamente depois de dezenas de provas, não tinha ainda no currículo uma prova noturna. Largar às 19h com centenas de pessoas vestidas de preto à minha volta e uma música de balada ao fundo, mais parecia uma festa.

Mas a verdadeira festa se passava dentro de mim. Foi ali, naquele cenário, naquela lagoa - a lagoa de 6,4km de perímetro da cidade de Lagoa Santa, MG, a 30km de BH - onde há 9 anos dei meus primeiros passos na corrida. Como qualquer amador iniciante deve começar, comecei caminhando 3 mins, correndo 1 min. Evoluí com orgulho para a inversão de 1 min de caminhada e 3 mins de corrida. Semanas depois eu já corria a 1ª volta completa. Sem conhecer muito de pace, de reposição com gel, de suplementação, de FC max, assessoria esportiva, planilhas, provas de rua ou qualquer outro desses temas tão comuns hoje na minha rotina, eu já corria forte e queria evoluir. A primeira vez que fechei as 2 voltas para pouco mais de 1h10mins, foi um marco. Mal sabia eu que um dia eu me desafiaria a fazer o que até então chamava de insanidade: correr 21km. Ou mais, me aventurar nos longos 42km que virão em 2012.

Eu estava definitivamente em festa ontem. E a minha festa interna culminou numa festa externa, no pódio! Na classificação geral fiquei em 4º lugar feminino e na categoria por faixa etária, em 1º lugar! Bela coroação de um ano que foi brilhante para mim!

Sinceramente é difícil dizer quem ficou mais feliz: eu ou minha irmã, Clíntia, a Corredora que largou ao meu lado e que vibrou absurdamente quando descobriu (antes mesmo de mim!) que eu fiz tempo para subir no pódio. Foi ela quem me convidou para fazer esta prova e não sossegou até eu fazer a inscrição. Até fotógrafo profissional ela providenciou como se preconizasse que precisaríamos dele. Juca, adorei as fotos e a sua paciência de ficar até o fim conosco!

Lá encontrei também outras amigas queridas com suas famílias em festa. Olenca Batista, era pura energia na sua estréia em corridas de rua. E hoje resumiu brilhantemente o presente e o futuro em sua página no Facebook, com a seguinte resolução: "Comecei hoje... e não páro mais!". Pelo que vi de você ontem, minha amiga, não vai parar mesmo!

Ahh, essa lagoa... ontem ela era a mesma de 9 anos atrás. Mas eu não sou mais a mesma. Agora sou alguém ainda mais feliz, mais feliz do que já era há 9 anos. Mais feliz por tudo que sou. Por tudo que tenho. Minha família. Meus amigos. Minha saúde. Meu trabalho. Mais feliz pela corrida ter me dado tanta clareza dos meus limites no esporte. E fora dele também.

Obrigada pela torcida! Muitas fotos de um sábado de balada. Interna e externa!

Medalha no peito!

Beijo na medalha!


Espera aí que estou chegando!

Só sorrisos...