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domingo, 9 de outubro de 2011

O Corpo Fala


A empolgação de completar a primeira prova, independentemente da distância, é um divisor de águas na vida de qualquer atleta. Superar os desafios, emagrecer e conquistar aquele tempo dos sonhos requer não só a vontade, mas muita dedicação. A prática do "no pain, no gain" (sem dor, sem ganho) passa a ser uma constante na vida de Corredores. No entanto, a dor pode ser a primeira tentativa de diálogo do corpo com ele mesmo.

É raríssimo um atleta que treine sem dor em algum momento. Mas, se o incômodo permanece depois do treino ou atrapalha o rendimento durante a corrida, pode ser o primeiro sinal de uma lesão. 

No caso das mulheres, pesa ainda a alteração hormonal, que faz com que elas se tornem mais vítimas das lesões, em especial de joelhos, tornozelos e pés. O uso do salto alto também ajuda a contribuir para lesões de antepé, como as tendinites. Usando salto, a mulher exige muito da parte da frente do pé, o que acaba forçando mais essa região. E, se a pessoa tem o joelho voltado para dentro, ela passa a comprometer também a coluna durante a corrida.

Mas como identificar uma lesão? A melhor forma continua sendo ir ao médico. Automedicação e soluções caseiras, como gelo e bolsa de água quente, podem mascarar e dificultar o tratamento. O indicado é que o atleta interrompa as atividades e procure um ortopedista que vai direcionar o tratamento ao fisioterapeuta. Se o atleta insiste em treinar com dor, a lesão pode se agravar e culminar em um estiramento muscular, uma tendinite ou fratura por estresse. A recomendação varia desde a diminuição dos treinos até o afastamento total da atividade, dependendo do nível da lesão.

Quanto mais cedo a lesão for diagnosticada, mais rápido e efetivo pode ser o tratamento, já que a duração varia entre 10 e 30 sessões (de 1 a 3 meses). O tratamento é à base de fisioterapia analgésica, seguida de exercícios de fortalecimento, alongamento e equilíbrio. A mulher costuma ter mais facilidade de machucar o joelho e sofrer alguma luxação.

O trabalho de prevenção, com o fortalecimento dos músculos, é a melhor maneira para fugir de lesões. E o teste da pisada é um bom aliado, desde que seja realizado por um especialista.

Alguns tipos de pés misturam os 2 tipos de pisada, o que dificulta a correção somente com o tênis. O teste avalia a forma com que o pé entra em contato com o solo. Com base nisso é possível indicar um tênis adequado e uma palmilha que possam corrigir alterações.

Uma vez corrigida a instabilidade, a pressão exigida na corrida passa a ser distribuída por todo o corpo, evitando sobrecarga. A escolha da palmilha correta pode corrigir pequenas diferenças entre os membros e evitar a compensação, já que, um dos pés tenta corrigir sozinho alguma disfunção (se um dos dois pisa mais para dentro ou para fora), ele acaba sobrecarregando o outro. No caso de atletas que já possuem alguma lesão, a palmilha pode ajudar a diminuir o risco de uma piora do quadro.

Fonte: Revista WRun - maio 2011

2 comentários:

Rodrigo Fonseca disse...

Uma das coisas que a corrida ensina é escutar o próprio corpo. Parar na hora certa faz a gente voltar mais rápido... negligenciar a voz do corpo pedindo descanso pode significar encurtar a nossa carreira de atleta... e eu ainda quero correr muitos quilômetros!

Rivania disse...

É uma batalha entre o racional (que nos manda parar temporariamente) e o emocional (que nos diz que dá pra seguir treinando).

Mas acertadamente vc disse o que temos que pensar sempre: vida longa no esporte!

Eu quero também! Então tem que ouvir o corpo. E, principalmente, respeitá-lo.